Chapter 10: Chegando em Valíria
Chegando em Valíria
O navio segue em direção à cidade de Aquos Dhaen. Já ouvi falar sobre ela por meio de um comerciante de navios.
O navio partiu do Porto Branco em direção a Bravos e, em seguida, foi para Pentos e Myr, onde foi capturado pela frota valiriana.
Capitão: Vocês estão navegando em águas sob o controle da Nova Valíria.
Robb: Eu sou Robb Stark, Rei do Norte e Rei do Tridente.
Capitão: Eu sei quem você é, garoto-lobo. Só quero saber por que o filho do usurpador está nessas águas.
Howland Reed: Gostaríamos de falar com o Imperador de Valíria.
Toda a tripulação sacou suas espadas e se preparou.
Capitão: E como é que vocês acham que têm o direito de falar com Sua Majestade Imperial?
Howland Reed permanece em silêncio.
Robb: Eu sou o irmão dele... sou o irmão do Jon.
Aurane Velaryon olhou para eles e tentou que abaixassem as espadas.
Aurane Velaryon: Robb Stark, filho de Eddard Stark, você está vivo... que surpresa.
Aurane Velaryon: Escute, garoto. Jon Snow está morto. O próprio imperador foi purificado nas chamas sagradas do Templo das 14 Chamas dos deuses valirianos, deixando de lado, de uma vez por todas, sua aparência Stark. Ele agora é um valiriano puro, por assim dizer.
Aurane Velaryon: No dia do seu aniversário, o imperador abandonou sua família Stark.
Galbart Glover: (cuspiu no chão) Traidor!
Todos prepararam suas espadas contra eles.
Aurane Velaryon caminhou até Galbart Glover e o encarou nos olhos.
Aurane Velaryon: Traidor? Traidor por quê? Quando Robert ou seu rei pisaram nos corpos de Elia, Aegon e Rhaenys Targaryen, o que seu rei fez? Ele zombou dos corpos dos inocentes.
Aurane Velaryon: Até mesmo Jon Arryn, com seu lema "Tão Alto Como a Honra", aceitou a morte de crianças inocentes. Seu senhor apenas ficou irritado e depois se comportou como um cão treinado para salvar Ponta Tempestade. Então, não ouse chamar o imperador de traidor.
Aurane Velaryon: Afinal, se ele é um traidor, então seu rei Robb também é, e Catelyn também é uma traidora. Tome cuidado com o que diz. Nós, valirianos, protegemos os novos, cuidamos dos novos e alimentamos os novos.
Aurane Velaryon: Espero que aprenda a ser controlado antes que o Norte queime por sua insolência.
Galbart Glover ficou vermelho de raiva: Olha aqui, seu...
Todos ouviram um rugido. Um dragão marinho de cor azul, presente dos próprios deuses valirianos à Casa Velaryon após dobrar o joelho à Casa Targaryen e fazer um juramento de sangue diante das 14 Chamas, apareceu.
Aurane Velaryon: Esse é o meu dragão, uma bênção dos deuses valirianos.
Aurane Velaryon: Cuidado, Primeiro Homem. Você está nas terras de Valíria. Não tente fazer nada... ou, bem... você morrerá.
O dragão rugiu.
Robb: Eu desejo falar com meu irmão.
Aurane Velaryon: O Imperador renunciou à Casa Stark como sua família e jurou pelas 14 Chamas que não lutaria pela Casa Stark para recuperar o que é de direito dela. Esqueça isso, garoto.
Robb recuou: Mas eu desejo falar com ele.
Aurane Velaryon assentiu.
Aurane Velaryon: Escute, garoto. O menino que você vê como irmão está morto. Não o provoque, pois você não vai querer sentir a ira do imperador. Mesmo o amor que ele sente por você e seus irmãos não será suficiente para impedir que ele o mate da forma mais cruel possível.
Aurane Velaryon: Os dothraki foram todos mortos, e o Mar Dothraki foi queimado até o último homem. Ou seja, uma civilização inteira foi apagada da face da terra por atacar uma das cidades sob o controle da Mãe Valiriana.
Todos olharam para ele, chocados.
Aurane Velaryon: Cuidado. Um erro e vocês estarão mortos.
Aurane Velaryon saiu do navio e falou com um membro da Guarda Imperial.
Guarda Imperial: Vou guiar o navio em direção a Valíria. Seis luas depois...
Após o navio parar em Volantis, eles navegaram rumo à Nova Valíria.
NOVA VALÍRIA
Robb olhou para Nova Valíria, as torres se erguendo tão altas que pareciam tocar o céu. Seus olhos se fixaram nos rios de lava que corriam pelas ruas, um lembrete sombrio da história do lugar.
Catelyn observava a cidade com o rosto espantado, um misto de admiração e medo.
— Sansa: É incrível o que Jon fez com esse lugar.
A Guarda Imperial Vermelha, leal ao imperador e sua família, os guiou até uma área isolada. Foram levados ao castelo onde a família Stark estava hospedada.
— Guarda Imperial Vermelha: Vocês ficarão aqui.
— Robb: Não vamos ficar no castelo principal?
— Guarda Vermelha: Vocês são estrangeiros aqui. Mesmo que você afirme ser irmão do imperador, não podemos confirmar isso. Você se reunirá com o restante de sua família.
— Catelyn, com a voz carregada de ansiedade: Onde estão meus filhos? Eu exijo saber!
O guarda a encarou, o olhar frio e autoritário: — Cuidado, mulher. Aqui não é o Norte. Coloque-se no seu lugar.
Catelyn recuou, o coração acelerado.
O guarda saiu, fechando a porta com um estrondo, deixando Robb cercado por uma mistura de angústia e frustração. Ele olhou ao redor, admirando a casa de pedra negra e aço valiriano, adornada com estátuas de dragões que pareciam observar cada movimento.
A porta se abriu abruptamente.
Eddard Stark e seus filhos entraram, e Robb sentiu um alívio misturado com preocupação.
— Eddard Stark: Filho...
— Robb: Pai...
— Catelyn, com lágrimas nos olhos: Amor?
Ela correu até o marido, os braços se envolvendo em torno dele como se quisesse nunca mais soltá-lo.
— Robb: Arya, Rickon!
Catelyn se afastou, olhando para seus filhos, abraçando-os com uma intensidade desesperada.
— Catelyn, com a voz trêmula: Meus filhos, meus meninos...
Robb caminhou até o pai, o abraço forte e reconfortante.
— Catelyn: Você está andando... Como isso é possível?
Bran olhou para ela em silêncio, seu olhar carregado de emoções contidas.
— Eddard Stark: Vamos conversar.
Após uma reunião familiar cheia de lágrimas e emoções à flor da pele, Eddard Stark se sentou com a família, explicando o que havia ocorrido.
— Catelyn: Então, o garoto o trouxe de volta à vida?
Eddard assentiu lentamente.
— Eddard Stark: Já faz um ano que estou na Nova Valíria.
— Catelyn, a frustração transbordando: E por que ele não ajudou a recuperar o Norte? Onde está a lealdade dele com a família de sua mãe?
— Bran, com um olhar de desprezo: E onde está sua lealdade com seus filhos pequenos e sua mãe?
Catelyn olhou para Bran, percebendo a raiva em seu olhar.
— Bran: Onde estava a liderança do meu irmão mais velho, Robb, quando nosso "irmão" nos traiu? Ele matou todos os servos da nossa casa! Onde estava a lealdade com sua família?
Eddard colocou a mão no ombro de Bran, mas ele a retirou, a fúria pulsando dentro dele.
— Bran: Ela nos abandonou. Nos deixou sozinhos! Foi Jon quem nos salvou. O menino que ela desejava que morresse! Ele me salvou dos selvagens além da Muralha, e foi Jon quem protegeu Arya.
Bran se levantou, encarando Catelyn, a voz elevada.
— Bran: FOI ELE QUE NOS SALVOU! ELE PROVOU SUA LEALDADE À FAMÍLIA! Algo que você não tem, mãe!
— Eddard Stark: Bran, acalme-se.
Bran olhou para o pai, mas sua raiva não diminuía.
— Bran: Ela nos deixou sozinhos, pai. Éramos crianças! Onde estava nossa mãe? Jon nos protegeu, ele nos ensinou a lutar. Quando tínhamos pesadelos, corríamos para o quarto dele. Ele deixou tudo para cuidar de nós!
Catelyn abaixou a cabeça, a dor em seu coração evidente.
— Eddard Stark: Tenha calma, Bran.
Bran, finalmente, se sentou, mas a indignação ainda ardia.
— Eddard Stark: Catelyn, Jon não lutará pela Casa Stark. Ele já pagou sua dívida com nossa família.
— Catelyn: E a lealdade dele com o Norte?
— Arya Stark, com um tom desafiador: E a sua lealdade com o Norte e as Terras Fluviais, mãe?
Catelyn olhou para Arya, a tensão crescente entre elas.
— Arya Stark: Por causa da Sansa, que me traiu na Estrada do Rei, o lobo, símbolo dos Deuses Antigos, foi morto pelo próprio pai. Por esse desrespeito, a Casa Stark foi punida.
— Arya Stark: E por sua causa, as Terras Fluviais foram consumidas pelas chamas da guerra. Mãe, onde está a sua lealdade com sua terra natal?
Catelyn olhou para a filha, a raiva e a dor se misturando.
— Bran: Primeiro, colocaram um maldito septo no coração do Norte – falou com ódio.
— Arya Stark: Depois, me forçaram a aulas com aquela vadia da Septã Mordane, tentando me transformar em alguém que eu não sou.
Arya se virou para o pai.
— Arya: Pai, eu te amo, mas não quero voltar para o Norte. Não quero ser chamada de cara de cavalo novamente.
Todos olharam para Arya, surpresos.
— Eddard Stark: Quem disse isso? Quem zombou de você na minha casa?
Arya olhou para Sansa.
— Arya: Pergunte à sua filha.
Eddard olhou para Sansa, exigindo resposta.
— Eddard Stark: Sansa, fale, agora mesmo.
Sansa começou a relatar como ela e Jeyne Poole haviam desrespeitado Arya.
— Eddard Stark: Estou decepcionado com você, Sansa. Arya é sua irmã mais nova, e seu dever como irmã mais velha é cuidar dela.
— Arya: Ela só pensa nela mesma. Foi ela quem revelou à Cersei que você, pai, iria embora de Porto Real.
Todos olharam para Arya, chocados.
— Bran: É verdade. Eu vi. Jon me mostrou com a Vela de Vidro de Dragão e a Árvore Coração.
Eddard suspirou, exausto.
— Eddard Stark: Hoje, não vamos discutir. Hoje, seremos uma família unida. Amanhã, teremos uma reunião com Maegor.
— Robb: Por que você chama Jon de Maegor?
— Eddard Stark: Porque eu pedi o direito de chamá-lo de Jon quando o enviei para a Muralha. Não pensei em outro caminho para ele... só queria protegê-lo. Mas minha proteção só o machucou.
— Eddard Stark: Eu deveria tê-lo mandado para a Cidade, para se tornar um acólito. Ou para o Porto Branco, para ser pajem e depois cavaleiro. Talvez para o Septo de Porto Real ou para Vilavelha, para se tornar um septão.
— Sor Brynden Tully: Você o protegeu, ele deve lealdade.
— Bran: E Jon já pagou sua dívida com a Casa Stark. Ele nos salvou quando o pai foi para o Sul e eu estava em coma. Quando o pai se ajoelhou para o rei gordo e usurpador, um homem que pisou nos corpos dos filhos de Elia.
RAIVA E ÓDIO
Eddard Stark olhou para Bran, surpreso pela amargura que transparecia na voz de seu filho mais jovem.
Eddard Stark: Bran...
Bran: Pai, Jon é um imperador agora! Ele não deve nada à Casa Stark! Foi tratado como um bastardo durante toda a vida e, mesmo assim, ele nos salvou. Ele nos deu tudo! O que mais podemos pedir dele?
Robb: Eu não pedi que Jon fizesse nada por nós, Bran. Só queria entender o que ele pensa agora. Ele sempre foi meu irmão, e eu o tratei como tal!
Bran: Tratou? Então me diga, Robb, por que você nunca o defendeu? Por que deixou que ele fosse para a Muralha sem questionar?
Robb: Eu era jovem, Bran! Não sabia o que estava acontecendo...
Bran: Sabia o suficiente para ser proclamado Rei do Norte, mas não o suficiente para proteger seu próprio irmão?
Catelyn: Já chega, Bran! Não foi culpa de Robb!
Bran: E de quem foi, então, mãe? Sua? Do pai? De quem é a culpa por termos tratado Jon como um bastardo e não como um verdadeiro Stark?
Um silêncio pesado caiu sobre a sala.
Rickon, que estava quieto até então, finalmente se manifestou.
Rickon: Jon nunca nos tratou diferente. Ele sempre foi o irmão que cuidou de nós, mesmo quando ninguém mais parecia se importar. Ele me ensinou a atirar, me mostrou como ser corajoso... Eu só quero vê-lo de novo!
Arya: Rickon tem razão. Jon sempre foi mais do que um irmão para nós. Não importa se ele é um Targaryen ou um Stark; ele é nossa família.
Eddard Stark abaixou a cabeça, sentindo o peso das palavras dos filhos.
Eddard Stark: Jon fez grandes coisas... mais do que qualquer um de nós poderia imaginar. Ele reconstruiu Valíria, uniu um império e agora governa uma nação. Talvez... talvez ele tenha encontrado um caminho diferente, algo que não compreendemos. Mas ele ainda é Jon, e eu vou continuar a chamá-lo de meu filho.
Catelyn olhou para Eddard, surpresa com sua declaração.
Catelyn: Você ainda o vê como seu filho?
Eddard Stark: Eu o enviei para a Muralha acreditando que estava o protegendo... mas, na verdade, o exiliei. Agora vejo que foi um erro. Jon sempre foi meu filho, não importa o sangue em suas veias. Fui eu quem o afastou. Não posso cometer o mesmo erro de novo.
Catelyn ficou em silêncio, tentando processar as palavras do marido.
Robb: Então o que vamos fazer? Pedir a Jon que lute por nós? Que retorne ao Norte?
Eddard Stark: Não, Robb. Não podemos pedir isso a ele. Se Jon quiser ajudar, ele fará por sua própria vontade. Mas não vamos exigir nada. Ele tem sua própria vida agora.
Bran: E talvez... talvez seja hora de aceitarmos isso. Jon não é mais o garoto que conhecemos. Ele é algo maior agora.
Arya: Seja o que for, ele ainda é nossa família.
O clima na sala era denso, repleto de emoções conflitantes, mas um entendimento silencioso começou a se formar. Eddard e Catelyn trocaram olhares, ambos cientes de que a família que conheciam estava mudandoo.
FIM