Tetsu no Chikara: Saigo no Kibō

Chapter 130: Capítulo 131: Sai daqui Aiko



O grupo se aproximava do instituto. O teto do edifício se abriu como uma flor mecânica, revelando o pátio. Lá, uma enorme gaiola aguardava o prisioneiro. Os soldados pousaram suavemente, a pressão dos pés no solo abafada pelo peso de seu objetivo.

Um dos soldados abriu a gaiola, e Joana, com precisão, jogou o ghoul lá dentro. A porta se fechou com um estrondo metálico, trancando-o.

— Que interessante... é parecido com ele mesmo! — disse Aiko, empolgada, avaliando o ghoul através das barras da gaiola, como se fosse uma obra-prima a ser dissecada.

— Retirem tudo o que conseguirem desse ghoul! Não me importo se ele acabar morrendo no processo, mas ele é forte, então tomem cuidado! — ordenou Joana, seu tom autoritário ressoando no pátio.

— Será que é um mimico? Parece tanto... Se não fosse por essa pele e esses olhos, e esse cabelo longo e da mesma cor da pele dele, certamente seria idêntico ao Kay! — comentou Aiko, maravilhada com a semelhança.

— Você me ouviu? — exclamou Joana, sua voz cortante. A irritação crescente em seus olhos deixava claro que a paciência estava se esgotando.

— Quando ela está assim, ela só pensa na coisa que está pesquisando... mas não se preocupe, vamos tirar tudo que pudermos desse ghoul! — disse o chefe do instituto, tentando acalmar os ânimos enquanto ajustava seu óculos.

— Será que os sangues são parecidos? Eu quero cortar ele! — Aiko estava visivelmente agitada, a excitação estampada no rosto.

— Deixo isso com vocês! — respondeu Joana, manifestando suas asas novamente, já se preparando para partir.

— Certo. — disse o chefe do instituto, acenando com a cabeça.

Os soldados voaram dali, deixando o pátio para trás enquanto o teto do instituto se fechava novamente, abafando o som das asas e o burburinho que começava a se espalhar dentro do instituto.

— Levem o ghoul para aquela sala! — ordenou o chefe, com a voz firme e rápida.

Dentro do instituto...

Aiko, impaciente e determinada, espetou uma seringa no ghoul, mas a agulha não penetrou. Em vez disso, ela quebrou como vidro ao tocar na pele dele.

— A pele também é dura! — exclamou Aiko, seus olhos brilhando de animação. Ela parecia mais interessada nas características físicas do que no próprio prisioneiro.

Um guarda do instituto, percebendo a situação, rapidamente afastou Aiko da gaiola.

— Aiko, se afaste! — disse o guarda, com firmeza, enquanto a gaiola era levada para outra sala.

Cena muda para a base...

Os líderes haviam retornado, recebendo o aviso da captura. Lena estava encolhida em um canto, visivelmente abalada e irritada, seu corpo tremendo de raiva e frustração.

Mira, embora igualmente afetada pela situação, tentava esconder sua preocupação. Ela estava visivelmente abalada, mas não queria mostrar fraqueza.

— O que aconteceu com o ghoul? — exclamou Himitsu, sua voz carregada de urgência e preocupação.

— Foi levado para o instituto. Vão usar ele para tentar descobrir o poder desse general preguiçoso! — disse Mira, sua voz tensa, mas contida.

— É coisa dele? — perguntou Yan, os olhos fixos em Mira, procurando alguma resposta.

— Não temos certeza, já que não vimos o resultado da habilidade dele em humano! — respondeu Joana, ainda com um tom de frustração pela falta de respostas claras.

— Era mesmo parecido com ele? — questionou Ravena, seus olhos examinando os outros, buscando mais informações.

Os celulares dos líderes vibraram, e todos olharam para as telas. Um vídeo estava sendo reproduzido — o ghoul no refeitório, visivelmente imóvel, mas com uma aura que causava desconforto.

— São parecidos! — disse Ravena, surpresa, mas sua voz era cautelosa, como se estivesse reconhecendo algo que não deveria.

O mini ghoul, que até então havia permanecido em silêncio, manifestou suas asas e voou para longe.

— Lavel! — chamou Mira, com um tom grave. Ele sabe mais sobre os ghouls. Não deixe o mini ghoul fora da vista!

O mini ghoul se aproxima do instituto...

Nas telas dos celulares, as imagens mostravam o mini ghoul se aproximando do instituto. A entrada se abriu para ele sem resistência, e ele entrou, avançando com a mesma confiança de sempre.

— Vai impedir? — exclamou Joana, seu tom cauteloso, mas já sabendo que nada poderia detê-lo agora.

— O mini ghoul sabe muito sobre os ghouls. Ter ele lá vai acelerar a compreensão sobre esse novo ghoul. Quero ver tudo! Não perca o mini ghoul de vista! — ordenou Mira, com a voz determinada.

— Certo! — respondeu Lavel, concentrando-se nas imagens das câmeras de segurança que capturavam cada movimento do mini ghoul.

Dentro do instituto...

Um guarda estava na entrada da passagem, claramente confuso com a presença do mini ghoul.

— Mini ghoul, veio buscar outros equipamentos? Estranho, não recebi nenhum aviso do exército! — perguntou o guarda, franzindo a testa, mas o mini ghoul passou sem dar atenção.

— Algum assunto com os cientistas? Tenho que conseguir permissão para você entrar! — insistiu o guarda, mas o mini ghoul não parou. Ele sabia exatamente para onde estava indo, e o guarda, com sua expressão de dúvida, o seguiu sem pensar duas vezes.

— Veio ver aquele outro ghoul que chegou agora há pouco? — questionou o guarda, a dúvida ainda presente em sua voz.

— Sim. — respondeu o mini ghoul, sem parar, sua voz baixa, mas cheia de uma autoridade silenciosa.

O mini ghoul avançava pelo corredor largo e iluminado, o som suave de seus passos ecoando pelas paredes de noxium. O corredor era amplo o suficiente para permitir a manobra de caminhões e outros veículos pesados, que frequentemente descarregavam as enormes gaiolas de contenção dos ghouls. Ao longo do caminho, várias construções se alinhavam, e em cada uma delas, havia duas salas bem definidas.

A sala menor, à esquerda, era ocupada pelos cientistas e guardas. Ali, eles monitoravam e controlavam a situação, sempre de olho em suas observações e experimentos.

— O que estão fazendo? Por que o mini ghoul está aqui? — exclamou o guarda, confundido com a súbita movimentação.

— Abra! — ordenou o mini ghoul, a impaciência e a autoridade em sua voz evidentes.

— Eu preciso verificar com os cientistas lá dentro. Eles estão conduzindo experimentos no ghoul que chegou recentemente! — respondeu o guarda, visivelmente tenso.

O mini ghoul lançou um olhar furioso, seu semblante endurecendo.

— Abra agora! — repetiu ele, com a voz mais grave, deixando claro que não aceitava recusas.

O guarda engoliu em seco, sentindo a pressão nas palavras do mini ghoul. Ele olhou rapidamente para a tela do painel e, sem mais alternativas, digitou o código para destrancar a porta.

Com um rangido de metal, o grande portão se abriu, revelando a cena dentro da gaiola. Aiko estava lá, completamente focada, abrindo a boca do ghoul com suas mãos, enquanto segurava uma faca afiada.

— Já que nossas ferramentas não conseguem furar sua pele, vou tentar algo diferente... vou coletar de dentro para fora. Assim deve funcionar, não é? — exclamou Aiko, olhando fixamente para o ghoul, seus olhos desafiadores encontrando os dele.

Os cientistas, que observavam apreensivos do lado de fora da gaiola, trocavam olhares preocupados. O ghoul, que até então parecia alheio à situação, de repente reagiu. Seus olhos se moveram e, de forma inesperada, se fixaram em algo.

Aiko, atenta, percebeu o movimento e deu um passo atrás, recuando para o canto da gaiola.

Mas o ghoul não estava olhando para ela. Seu olhar estava completamente fixo no mini ghoul que acabava de entrar na sala.

— O que você está fazendo aqui? — exclamou Aiko, com uma mistura de confusão e surpresa.

O mini ghoul não respondeu. Ele caminhou até a gaiola e parou diante do ghoul, inclinando-se em uma reverência formal.

— Hein? O quê? — Aiko estremeceu, claramente atordoada com a situação.

De repente, com um movimento brusco e assustador, o ghoul quebrou as correntes de noxium que o prendiam, fazendo com que todos na sala ficassem boquiabertos.

— Sai daí! — gritou o chefe do instituto, desesperado.

— Não fuja. Se curva onde está! — ordenou o mini ghoul, sua voz carregada de comando.

Com um movimento rápido, Aiko, ainda atônita, se curvou diante da presença imponente do ghoul.

— Então se liga! Entre meus generais, você será o primeiro. Siga minhas ordens e me obedeça! — o ghoul falou em um idioma estranho, suas palavras ecoando com uma força inquietante.

Os cientistas, incluindo Lavel, trocavam olhares confusos, tentando entender o significado dos sons e palavras que o ghoul emitia.

— Nos meus inimigos, vamos dar um fim, não importa o que aconteça! Você é capaz de evoluir, então será útil para mim! — continuou o ghoul, sua voz imponente, cheia de autoridade.

O mini ghoul se curvou ainda mais, sua obediência visível.

Sem mais palavras, o ghoul cortou seu próprio braço e entregou para o mini ghoul.

Sem hesitar, Aiko aproveitou a oportunidade. Com destreza, ela inseriu uma seringa na ferida aberta, coletando o sangue do braço cortado. O mini ghoul, imperturbável, começou sua alimentação.

Quando o braço foi coletado, o ghoul simplesmente se sentou, como se não se importasse com o ocorrido e no mesmo instante, o braço regenerou-se completamente.

O mini ghoul, agora satisfeito, devorou com prazer o braço enquanto Aiko observava.

— Você vem? — Aiko perguntou, mas o mini ghoul não respondeu. Ele continuou a se alimentar tranquilamente, alheio ao mundo ao seu redor.

Os cientistas, sem saber o que fazer, apenas observavam. Quando o mini ghoul terminou sua refeição, ele parecia satisfeitos, com o olhar tranquilo de quem havia saciado sua fome ele adormeceu.

Com um suspiro, Aiko foi até a gaiola e, trancou-a novamente, antes de se retirar da sala com os outros cientistas.

Tudo aquilo estava sendo transmitido em tempo real para os líderes na base, que observavam a cena com crescente apreensão.

— Então, aquele ghoul é o Kay de verdade? — exclamou Joana, visivelmente confusa, seu olhar fixo na tela.

— Não tem como ser o Kay! — exclamou Ravena, cruzando os braços, sua voz carregada de incredulidade. — Ele foi partido ao meio e estava morto. Nós enterramos ele, lembra?

— Mas o braço daquele ghoul se regenerou! — argumentou Yan, com o olhar inquieto. — Talvez... talvez as partes dele tenham se unido dentro do caixão.

— Se o mini ghoul está evoluindo, isso significa que ele foi escolhido, assim como o general comentou daquela vez? — disse Mira, a confusão estampada em seu rosto. — Será que... esse ghoul é um monarca?

— E o que isso importa?! — gritou Lena, sua voz transbordando fúria. — Esse ghoul matou todo o meu esquadrão. Eu quero ele morto!

— Nós entendemos como você se sente, Lena, mas precisa se acalmar. — Joana se aproximou, tentando soar firme, mas com um tom conciliador. — Precisamos compreender totalmente a situação antes de agir.

— Acha mesmo que é o Kay? Olhe para aquilo! Isso é um ghoul, Joana! O Kay era humano! — retrucou Lena, seu olhar cheio de mágoa e indignação.

— O ghoul bebeu o café, mesmo sabendo que havia noxium misturado. — Mira interveio, sua expressão séria. — O Kay faria exatamente isso, mesmo sabendo que faria mal para ele. Isso... isso não é coincidência.

— Façam o que quiserem. — Lena deu um passo para trás, suas asas manifestando-se de forma abrupta, com uma força que quase desestabilizou o chão ao seu redor. — Mas se o general aparecer, eu vou matá-lo! — Sem esperar resposta, ela alçou voo, desaparecendo no céu em uma explosão de velocidade.

Por um momento, o grupo ficou em silêncio, as palavras de Lena ainda pairando no ar.

— O ghoul não reconheceu a Mira... nem nenhum de nós. — disse Joana, quebrando o silêncio, sua voz baixa, mas preocupada. — Se for realmente o Kay, precisamos encontrar uma forma de fazer ele recuperar a memória.

— O mini ghoul... — Mira murmurou, quase para si mesma, antes de erguer os olhos. — Se não fizermos algo logo, ele pode acabar nos abandonando para ficar com aquele ghoul.

— Se é isso que vai acontecer, então volte à ativa! — disse Ravena, com determinação brilhando em seus olhos. — Se existe alguém que entende o Kay mais do que nós, esse alguém é você!

— Eu não posso simplesmente abandonar meu posto para ir ao instituto por causa de uma suposição! — rebateu Mira, sua voz carregada de frustração. — Você sabe o quanto isso seria irresponsável.

— Ele é um monarca e acabou de despertar. — Ravena deu um passo à frente, fixando o olhar em Mira. — Se ele vai ficar do nosso lado ou não depende inteiramente das nossas ações. Isso ficou óbvio hoje! E se for mesmo o Kay, então traga-o de volta para nós... mesmo que ele seja um ghoul agora.

Mira hesitou por um instante, sentindo o peso das palavras de Ravena. "Será que é mesmo ele? Se for... posso deixar tudo isso de lado por uma chance tão incerta?", pensou, com o coração acelerado.

De repente, a voz de Lavel cortou o ambiente como um relâmpago:

— General se aproximando do quinto esquadrão!

— É melhor termos um monarca como nosso aliado do que como nosso inimigo! — declarou Ravena com firmeza, seu olhar perfurando Mira. — Capitã, faça a escolha certa.

As palavras ecoaram na mente de Mira enquanto os líderes de esquadrão manifestavam suas próprias asas, uma sinfonia de batidas de vento preenchendo o ar. Eles voaram na direção do general, determinados e sem hesitação. Mira permaneceu imóvel, presa em seu próprio turbilhão de pensamentos.

"Capitã?", ela refletiu, com o olhar perdido. "Ela disse isso para eu decidir de forma profissional... mas como posso fazer isso?"

— Aquele é o Kay! — a voz de Rem cortou seus devaneios. — Você viu as gravações do passado. Você viu o que ele fez pessoalmente quando matou aquele ghoul. Vai lá! Eu cuido do meu netinho para você!

Mira hesitou por mais um instante antes de se virar, decidida.

— Lavel, preciso de uma carona!

— Irei preparar! — respondeu Lavel, já correndo para os preparativos.

— Não vou com expectativas, mas vou tentar fazer o que eu posso. — disse Mira, murmurando mais para si mesma enquanto seguia para seu armário. Ela vestiu seu traje com precisão, ajustando cada peça como se fosse um ritual. Por fim, pegou sua espada. A lâmina, refletindo sua determinação, parecia mais pesada do que nunca.

Do lado de fora, o som crescente de um helicóptero ligando tomou conta do pátio. As hélices giravam com um rugido crescente, misturando-se à tensão no ar.

— Então assuma a responsabilidade! — exclamou Mira, entrando no helicóptero com passos firmes.

Rem deu um leve sorriso enquanto observava a capitã embarcar.

— Eu vou cuidar da base. Pode ir! — garantiu Rem, com um aceno de despedida.

O helicóptero ergueu voo. 


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