Chapter 122: Capítulo 122: Executor vs Ultra!
Os dias se arrastaram novamente, e mais um mês de trabalho árduo passou. A tensão, no entanto, retornou com força quando o Executor, se aproximou da base, trazendo consigo uma legião de criaturas.
— "Estão expandindo o território, mas vocês, humanos, continuam sendo criaturas imprevisíveis." — disse o general Executor, com desdém. — "Tanta coisa para fazer, e perdem tempo com isso?"
— "Precisamos expandir." — retrucou Mira com firmeza. — "Quando nossos filhos nascerem, o espaço ficará apertado. Eles não crescerão saudáveis em condições inadequadas!"
Executor fixou os olhos nela, um brilho perigoso emanando de sua presença.
— "Humana, por que ainda lidera este exército? Acha que ficará segura porque está grávida? Revise esse pensamento. Temos interesse na criança, então não a coloque em perigo."
Mira não vacilou.
— "Sou a capitã desta divisão, e enquanto puder liderar, continuarei à frente do exército!"
Executor soltou um riso grave, quase zombeteiro.
— "Estão se reproduzindo? Apresentem as grávidas."
— "Não!" — Mira rebateu, controlando o tom de voz. — "Nosso número não aumentou. As grávidas são as mesmas de antes. Não temos recursos nem intenção de aumentar nossa população agora."
O general ergueu os olhos, avaliando a situação com um toque de desprezo.
— "Muito bem. Mas assim que essas fêmeas e você derem à luz, esperaremos mais dez grávidas. Caso contrário, mataremos dez daqueles sob a proteção de seus soldados."
Ultra deu um passo à frente, cortando o silêncio com sua presença caótica.
— "Quanta baboseira!" — disse ele, avançando com um sorriso predatório.
— "Não faça isso, Ultra!" — advertiu Mira, alarmada.
Executor, no entanto, focou no estranho humano diante dele.
— "Esse cheiro... Você não estava aqui antes, humano. De onde veio? E por que está rindo?"
— "Eu não acho graça nenhuma." — respondeu Ultra, com um brilho insano nos olhos. — "Só estou animado para eliminar um bando de monstros feios como vocês!"
— "Está nos desafiando?" — disse o general, com um tom irônico.
Antes que Ultra pudesse responder, dois soldados avançaram, posicionando-se ao seu lado. Um deles tremia visivelmente.
— "Nós três estamos te desafiando!" — disse a soldada, tentando disfarçar o medo.
Executor ergueu uma sobrancelha.
— "Está assustada. Estão te forçando a lutar?"
A soldada respirou fundo, buscando coragem.
— "Estou é empolgada para te matar!"
Executor recuou alguns passos, abrindo os braços como se acolhesse o confronto.
— "Se buscam a morte, então venham!" — disse ele, manifestando quatro tentáculos grotescos que chicotearam o ar com ferocidade.
Ultra sorriu ainda mais, uma expressão macabra estampada em seu rosto.
— "Encontro... encontro... encontro..." — murmurava ele para si mesmo, mal conseguindo conter sua excitação.
— "O que deu nele?" — perguntou Rem, preocupada.
— "Eu avisei que ele era doido!" — disse Himitsu, cerrando os punhos. — "Quando ele luta, é um show de horror."
Os três avançaram, armas em mãos, enquanto os outros observavam de longe. Ultra sacou suas espadas gêmeas, e o cheiro metálico peculiar das lâminas cortou o ar, atraindo olhares dos ghouls.
— "Ah, malditos..." — rosnou Executor, irritado. — "Estão conseguindo me deixar com raiva!"
Os outros dois soldados sacaram armas de design estranho, cujo manuseio era conhecido apenas por poucos.
— "Essas armas... São diferentes." — murmurou Joana, inquieta. — "Não queria ver dois dos meus soldados enfrentando esse monstro mas são poucos que tem dominio nessas armas."
Himitsu interveio com firmeza.
— "Vamos observar. Deixe isso com o Ultra."
Apesar das palavras, seus punhos permaneciam cerrados, e seus olhos não deixavam o campo de batalha.
A batalha começou como um espetáculo de velocidade e caos. Ultra era rápido, imprevisível, e por alguns momentos conseguiu surpreender o General Executor. Com movimentos precisos e carregados de fúria, suas espadas cortaram o ar, acertando dois dos tentáculos do General e os arrancando com um golpe limpo.
Executor não perdeu tempo. Com um rugido ensurdecedor, manifestou mais dois tentáculos, totalizando seis. Os quatro intactos se ergueram como chicotes prontos para atacar, enquanto os dois cortados repousavam no chão, ainda pulsando.
— "Por quê?" — exclamaram os soldados ao ver o impossível.
A mudança foi brutal. Ultra, que antes parecia estar no controle, agora se via pressionado por ataques constantes e precisos. Ele tentou reagir, mas a velocidade e a força do General o sobrepujaram. Um dos tentáculos encontrou sua brecha, rasgando-o com violência. Ultra caiu, derrotado.
Os dois soldados que haviam assistido à luta hesitaram por um momento, mas logo o instinto de sobrevivência falou mais alto. Eles tentaram fugir, mas o General Executor foi implacável. Com um salto, ele alcançou ambos, matando-os sem esforço. O choque tomou conta de todos os presentes.
Os líderes, que haviam insistido para que os soldados lutassem contra sua vontade, agora assistiam horrorizados.
— "Parece que ainda não entenderam." — rugiu o General, com sua voz carregada de fúria. — "Somos diferentes dos outros ghouls. Não pensem em limitar nossas capacidades, humanos!"
Enquanto falava, os dois tentáculos cortados começaram a se regenerar diante dos olhos apavorados dos soldados. Os pedaços que estavam no chão viraram pó e desapareceram no ar.
Executor se aproximou dos corpos caídos de Ultra e dos dois soldados, seus olhos brilhando com um apetite monstruoso.
— "Eu vou ficar com isso!" — declarou, devorando os três corpos derrotados, junto com as armas que antes empunhavam.
Os soldados ao redor assistiam à cena, incapazes de esconder o terror estampado em seus rostos. A ameaça do General era clara e cruel.
— "Não se esqueçam!" — disse ele, retraindo seus tentáculos e manifestando asas que se abriram como um manto sombrio. — "Queremos mais dez grávidas, antes ou depois dessas fêmeas darem à luz!"
Com uma última olhada desdenhosa para os humanos, Executor alçou voo, suas asas cortando o céu com uma imponência assustadora. Ele desapareceu, deixando os ghouls sob seu comando para vigiar a base.
Os líderes observavam a cena com ódio e frustração.
— "Droga!" — exclamaram, irritados, enquanto o peso de suas decisões recaía sobre seus ombros.
Os soldados retornaram para dentro da base, e os portões se fecharam com um estrondo metálico que ecoou pelo ambiente. No refeitório, o silêncio era opressor. A tensão pairava no ar, como se o peso da derrota estivesse sufocando todos os presentes. Os soldados estavam em choque com a revelação de que eram incapazes de enfrentar os generais, e pior, o próprio Monarca.
— "A cada tentativa, eu penso que é impossível..." — murmurou Ravena, desanimada, com a cabeça apoiada na mesa.
— "Não é só você." — disseram os líderes, frustrados e sem alternativas.
— "Seis tentáculos... é sacanagem!" — desabafou Mira, também com a cabeça encostada na mesa.
O silêncio foi rompido pelo som da televisão instalada no refeitório, que se ligou automaticamente. Lavel apareceu na tela, sua presença digital projetando uma autoridade fria e calculista.
— "Ele tem razão. Não limitem os generais a ghouls comuns!" — alertou Lavel.
— "Alguma informação?" — perguntou Mira, a voz abafada pela posição desanimada.
— "Olhem para a tela." — disse Lavel, e a imagem mudou.
Um ghoul coberto por chamas apareceu no vídeo. Sua figura era imponente, cada passo fazia o chão ao redor pegar fogo, mesmo à distância.
— "O que aconteceu com esse daí?" — exclamou Himitsu, perplexo.
— "Monarca do Fogo. Parece que ele pode manifestar chamas para atacar." — respondeu Lavel, reproduzindo imagens de destruição. No vídeo, tudo em seu caminho era consumido pelas chamas.
— "A quarta divisão... caiu." — informou Lavel.
— "E os soldados?" — perguntou Mira, a preocupação visível em sua voz.
— "Subjugados às mesmas condições impostas a vocês." — respondeu Lavel.
— "A Yumi?" — perguntou Mira, apreensiva.
— "Está viva." — confirmou Lavel.
Mira bateu na mesa, frustrada. — "Será que não tem nada que possamos fazer para mudar isso?"
— "As forças de suas armas estão limitadas. Matem um general e terão a chance de desenvolver armamentos melhores, mas lembrem-se: foquem em um conjunto único, armas e trajes que funcionem em perfeita sincronia." — disse Lavel, impassível.
— "Fácil falar! Olhe as condições em que estamos! Como vamos matar um general sem recursos?" — esbravejou Joana.
— "A dica já foi dada." — disse Emília, pensativa. — "O traje que Aiko entregou, junto com a arma que Kay construiu, deve ser capaz de enfrentar um general."
— "Sim. Esses equipamentos estão em outro nível. Quem controlar o traje será incrivelmente forte." — confirmou Lavel.
— "Não podemos envolver os civis!" — afirmou Mira, com firmeza.
— "É cedo, mas podemos antecipar o teste de recrutamento." — sugeriu Yan.
— "Se eles se tornarem soldados, deixam de ser civis." — argumentou Lena.
Mira olhou para os outros líderes, descrente.
— "Vocês têm certeza? Logo agora, em um momento como esse?" — perguntou Mira.
— "É exatamente por ser nesse momento que precisamos de mais ajuda." — respondeu Joana.
— "E quem vai falar com eles?" — Mira perguntou, já sabendo a resposta.
Todos os líderes olharam para ela.
— "Imaginei." — disse Mira, levantando-se com relutância e saindo do refeitório.
— "Vão deixar ela ir sozinha?" — perguntou Ravena.
— "Ela dá conta." — disse Yan, confiante.
Rem, olhando para a televisão, levantou uma questão.
— "Ei, Lavel. Quando você mencionou a quantidade de ghouls usados nos trajes, Fernanda ficou surpresa. Isso significa que os trajes na casa do Kay são melhores que os nossos, não é?"
— "De fato. Estarei enviando ainda hoje." — respondeu Lavel.
— "Vamos fazer os recrutas usarem aqueles trajes. Deixem os cientistas ajustarem o tamanho." — ordenou Rem.
— "Eu não sei se os recrutas vão querer usar aqueles trajes." — disse Lena, hesitante.
— "Obriguem!" — respondeu Rem, com um tom sério e definitivo.
— "Certo!" — respondeu Lena, assustada.
Joana notou Himitsu pensativa.
— "Você parece preocupada." — comentou Joana.
— "Só estou avaliando nossas chances." — respondeu Himitsu.
Joana suspirou. — "Acho que ela não esperava que o Ultra morresse..." — pensou, mantendo o olhar fixo na mesa enquanto a tensão continuava a permear o ambiente.
Alguns minutos depois, Mira estava no pátio junto a um grupo de civis. O vento soprava levemente, trazendo consigo a tensão de um novo início. A expressão de Mira era firme, mas ao mesmo tempo acolhedora.