Tetsu no Chikara: Saigo no Kibō

Chapter 123: Capítulo 123: Adeus Yumi!



Alguns minutos depois, Mira estava no pátio junto a um grupo de civis. O vento soprava levemente, trazendo consigo a tensão de um novo início. A expressão de Mira era firme, mas ao mesmo tempo acolhedora.

— "Tem algumas crianças que querem participar, mas aqui estão os que já estão perto dos dezesseis anos." — disse Mira, gesticulando para o grupo à sua frente.

— "Obrigado." — respondeu Joana, observando os jovens com atenção.

— "Eu sempre quis ser do exército!" — exclamou um garoto, o entusiasmo brilhando em seus olhos.

Os outros jovens acenaram em concordância, suas expressões cheias de determinação.

— "Vamos apenas testar a compatibilidade de vocês." — anunciou Fernanda, com um tom sério, mas incentivador. — "Se estiverem acima de 20%, poderão entrar. Entendam que estamos em um momento difícil, então não fiquem frustrados caso não passem."

— "Certo!" — responderam os civis em uníssono.

No entanto, Ravena, que observava à distância, não conseguiu conter sua surpresa.

— "20%?" — exclamou ela, franzindo a testa.

— "É a porcentagem inicial necessária para usar o traje." — explicou Fernanda, sem perder a compostura. — "Além disso, eles podem passar por processos para aumentar essa porcentagem."

Ravena cruzou os braços, ainda cética. — "Mas são aqueles trajes. Tem certeza de que isso é seguro?"

Joana se adiantou, respondendo antes que Fernanda pudesse falar.

— "Ela tem razão, Ravena. Onze novatos, e se fosse acima de 50%, não teríamos nenhum recruta. De toda forma, seu esquadrão será responsável pelos treinamentos deles."

Ravena arregalou os olhos, claramente surpresa. — "Por que isso?!"

Joana deu um sorriso de canto, mais provocativo do que reconfortante.

— "Você sabe como funciona. Agora, vocês deixaram de ser os últimos recrutas. Parabéns!" — disse ela, com um tom que misturava ironia e incentivo.

Ravena suspirou profundamente, balançando a cabeça enquanto observava os jovens, que pareciam ansiosos e determinados.

Alguns minutos depois, o pátio da base estava repleto de tensões silenciosas. Ravena, firme em sua postura de líder, encarou os civis que se alinhavam diante dela.

— "Eu sei que vocês já sabem, mas eu sou Ravena, a líder do quinto esquadrão. Cuidaremos dos treinos de vocês!" — anunciou Ravena, com uma voz que carregava a autoridade de quem já tinha visto os horrores do campo de batalha.

A base estava estranhamente silenciosa por um momento, mas logo um som inconfundível ecoou pela estrutura: o choro de bebês.

— "Deve ser barulhento lá dentro..." — murmurou Ravena, mais para si mesma, sem perder a compostura.

Uma das garotas, com uma expressão decidida, deu um passo à frente e disse:

— "Ainda estamos vivos e seguros por enquanto, então não temos direito de reclamar!" — batendo continência, uma postura que denotava disciplina.

"Essa garota..." — pensou Ravena, observando-a com uma leve elevação de sobrancelha.

Neste momento, Fernanda entrou, empurrando uma máquina que calculava a porcentagem de compatibilidade dos civis com os trajes de teste — a mesma usada durante os testes de admissão dos recrutas.

— "Aqui estão alguns trajes de teste. Peguem um que sirva ou esteja próximo ao tamanho de vocês e vão lá vestir." — disse Fernanda, gesticulando para que os civis se apressassem.

Os onze civis seguiram até o local, e pouco depois, retornaram ao pátio, todos usando os trajes.

— "Está um pouco apertado!" — reclamaram, visivelmente desconfortáveis.

— "Vai ser rápido!" — respondeu Fernanda, sua voz firme.

Um por um, os civis foram testados. Todos ficaram entre 20% e 30%, exceto dois: a mesma garota que havia se destacado antes com sua postura e um garoto com 44%.

— "Sejam bem-vindos ao exército!" — anunciou Ravena, seu tom agora mais leve, mas ainda assim firme. — "Vão lá tirar os trajes e daremos início aos seus treinamentos!"

— "Certo!" — responderam os recrutas, batendo continência.

Viviane, com um sorriso no rosto, olhou para os outros e exclamou:

— "Deixamos de ser os novatos!"

Thais, com um brilho nos olhos, falou com entusiasmo:

— "Treinar novatos, isso parece bom!"

Kratos, observando os outros dois recrutas, comentou:

— "Aqueles dois têm quase a mesma porcentagem que nós no começo!"

Slayer, mais calmo, mas igualmente impressionado, disse:

— "Parece promissor."

— "Se o resultado for o que a Lavel espera, então seremos superados!" — afirmou Kratos, com um tom de desafio.

Thais, sempre confiante, respondeu com um sorriso:

— "Um tanque de guerra desses ser superado não vai ser fácil!"

Fiona, ao lado deles, acrescentou, observando a situação:

— "E um assassino habilidoso desses, vai ser difícil superar!"

San, com a expressão triste, murmurou para si mesma:

— "Agora nós..."

Yan, com uma leve risada, cortou:

— "Não é sobre a porcentagem. A experiência também conta."

Mira, sentindo a dor suave do bebê se mexendo, falou com um tom meio amargo:

— "Eu vou ficar mais algum tempo sem poder lutar, eu que vou ser superada."

Dan, sorrindo para ela, respondeu de maneira reconfortante:

— "Você se tornou a porta-voz da sexta divisão. Também não vai ser fácil te superar!"

Mira, com um sorriso triste, respondeu:

— "Eu tenho voz por conta do meu bebê. Depois que ele ou ela nascer, os ghouls não vão mais me ouvir."

Dan, sem perder o ritmo, brincou:

— "Eu não estava falando dos ghouls!"

Sarah, ao seu lado, completou com um tom sério:

— "Você é nossa capitã."

Mira, com um suspiro, disse:

— "Tem momentos que eu gostaria de ser só a Mira do quinto esquadrão..."

Os soldados, em um coro silencioso, afirmaram:

— "Nós sabemos!"

Mira, recuperando a compostura, ordenou:

— "Não temos tempo para lamentar. Treinem bem os recrutas!"

— "Certo!" — disseram os soldados, todos se dispersando para dar início ao treinamento.

De repente, um espasmo de dor percorreu o corpo de Mira.

— "Está chutando de novo!" — exclamou, rindo envergonhada, tocando a barriga.

Thais, com um sorriso doce, comentou:

— "O tempo passa rápido, e antes de percebermos, você estará lá, ganhando o neném!"

Mira riu, ainda um pouco desconfortável.

— "Vão perceber!" — disse ela, tentando disfarçar a dor. — "Porque a minha mãe vai ganhar primeiro do que eu!"

Thais, sorrindo com compreensão, respondeu:

— "Você entendeu o que eu quis dizer!"

Mira assentiu com um sorriso suave.

— "Eu sei... Tivemos poucas vitórias até o momento. Foram a busca de alimentos, os recursos do instituto e agora a construção dos túneis subterrâneos. Vamos continuar até termos vitória sobre a derrota do monarca!" — disse ela, com firmeza, as palavras carregadas de determinação.

Kratos, com uma expressão séria, respondeu:

— "Isso é algo que não vai ser fácil."

De repente, o clima mudou. As nuvens escuras começaram a se formar sobre o reino. O ambiente se tornava pesado, a tensão crescente.

— "O que está acontecendo?" — exclamaram os soldados, olhando para o céu, apreensivos.

De cima da base, o mini ghoul, sempre atento, anunciou:

— "Perigo... a chuva queima!"

Lavel, ouvindo a palavra do mini ghoul, imediatamente se conectou com os celulares de todos.

— "Saiam do pátio, é uma chuva ácida!" — instruiu Lavel com urgência.

— "Um ataque?" — exclamaram os soldados, correndo para se proteger dentro das construções da base.

Ravena, ainda em pé, puxou a máquina que Fernanda trouxe, agora em alerta máximo.

— "O que está acontecendo?" — exclamou, preocupada.

Lavel, com sua voz calma, mas firme, instruiu:

— "Emitam um aviso para a capital, se vão ou não se proteger, fica a critério deles."

Mira, observando a situação, deu um breve sorriso.

— "Bom trabalho."

O mini ghoul, observando as nuvens que logo começaram a liberar a chuva tóxica, também se escondeu com os soldados.

— "É um general?" — exclamou Rem, com uma expressão desconfiada.

O mini ghoul permaneceu em silêncio.

— "O monarca?" — questionou Himitsu, com um tom de preocupação crescente.

O mini ghoul, mais uma vez, não respondeu. Seus olhos estavam fixos nas nuvens, observando a chuva ácida que começava a cair.

Lavel, através dos celulares, continuou:

— "Os ghouls e humanos que estão entrando em contato com a água estão sendo mortos dentro e fora da muralha."

Nas telas dos celulares, os soldados viram ghouls fugindo, muitos caindo mortos fora da muralha.

— "Foi um ataque contra os dois lados? É outro monarca?" — exclamou Himitsu, com desespero na voz.

O mini ghoul não se moveu, observando a chuva.

Himitsu, incapaz de esperar mais, sacudiu-o.

— "Responde, maldito!" — gritou, frustrada.

Rem, com uma voz baixa e cheia de cautela, interrompeu:

— "Você sabe o resultado se ele falar alguma coisa. Então, não o force."

Lavel, com a voz sombria, informou:

— "A quarta divisão foi eliminada junto com a capitã!"

— "Por quê? Você disse que eles estavam sob as mesmas condições que nós!" — questionou Mira, incrédula.

No celular de Mira, um vídeo começou a ser reproduzido. No vídeo, a quarta divisão estava diante do Monarca do Fogo.

— "Me desculpa, Kay. Me desculpa, meu filho, mas a mamãe ainda é uma capitã!" — dizia Yumi, se preparando para o combate.

— "Não dá para aproximar dele. Vamos ter que atacar de longe!" — disse Nina, sua voz tensa.

— "Eu vou avançar. Sigam o plano!" — exclamou Yumi, com um brilho de determinação nos olhos.

— "Boa sorte!" — disse Nina, antes de se preparar para a batalha.

— "Ativar quebra de limite!" — gritaram os soldados em uníssono.

Com uma força e coordenação impressionantes, os soldados lançaram várias caixas de diferentes direções em direção ao general. O monarca, implacável, soltou uma explosão de chamas que consumiu tudo ao redor, mas, no instante seguinte, as caixas se desintegraram, liberando um ar gelado que envolveu o campo de batalha. O monarca de fogo, desavisado pela mudança de temperatura, foi atingido pela rajada gélida, sentindo o frio intenso. No entanto, Yumi, apesar do sofrimento, aproveitou a abertura e atacou com sua alabarda, atingindo finalmente o monarca.

— "Achou que apagar minha combustão seria suficiente para me ferir?" — exclamou o monarca, sua voz carregada de desprezo, enquanto seu tentáculo perfurava o corpo de Yumi.

Com um esforço monumental, Yumi cuspiu sangue, que espirrou no rosto do monarca.

— "Imaginei..." — disse ela, sorrindo, apesar do excruciante sofrimento.

Os outros soldados já estavam em movimento, atacando o monarca com tudo o que tinham.

— "Capitã!" — murmurou Nina, seus olhos brilhando com raiva e determinação, avançando diretamente contra o inimigo.

— "É inútil!" — disse o monarca, com um sorriso maligno. Seus braços se esticaram, e com um movimento brutal, ele lançou chamas diretamente nos soldados ao redor, incinerando tudo em seu caminho.

— "Droga!" — resmungou Yumi, com dificuldades para se manter de pé, sentindo o calor das chamas ainda queimando sua pele.

— "Deveriam ter aceitado as condições que impus a vocês!" — o monarca declarou, sua voz imponente, cheia de desdém.

Yumi, com a visão turva pela dor, ergueu a cabeça e respondeu com raiva:

— "Preferimos morrer do que deixar de ser humanos ao forçarem as mulheres a engravidar!"

Com um movimento abrupto, o monarca abriu a boca e engoliu Yumi de uma vez, sua expressão satisfeita.

— "Deliciosa!" — disse ele, antes de seguir em direção aos outros soldados, preparado para destruir qualquer um que ousasse se aproximar.

Lavel, que observava tudo pelo vídeo, parou a gravação. Mira estava em choque, seus olhos fixos na tela.

Após um longo silêncio, Mira finalmente se levantou, com a expressão grave.

— "Quando a chuva passar, continuem com o planejamento!" — disse Mira, sua voz tensa e controlada, antes de se retirar rapidamente do local.

O impacto da notícia abalou a moral dos soldados. O céu, que antes estava tomado por nuvens escuras e ameaçadoras, começou a clarear. O sol lentamente tomava o controle do cenário, e, quando olharam para cima, viram que as nuvens haviam se dissipado, revelando a verdade: aquilo não era um fenômeno natural, mas sim obra de um ghoul.

— "Sabe onde está o maldito que fez essa chuva?" — exclamou Himitsu, furiosa.

O mini ghoul balançou a cabeça, negando.

— "Não sabe ou não pode dizer?" — pressionou Himitsu, seu tom crescente em irritação.

— "Não sei!" — respondeu o mini ghoul, sua voz carregada de sinceridade.

— "Droga!" — bradou Himitsu, sua frustração transbordando.

O mini ghoul, sem se incomodar, caminhou em direção ao pátio e alçou voo em direção ao topo da base.

— "Lavel, traz os trajes para os novatos!" — ordenou Himitsu, agora focada no próximo passo.

— "Estou calculando as medidas dos soldados e separando os trajes de acordo. Estarão prontos antes do almoço!" — respondeu Lavel, com eficiência.

— "Só tem uma hora até o almoço!" — alertou Lena, olhando rapidamente para o relógio.

— "Então iremos começar os treinos deles após o almoço!" — disse Ravena, decidida. Ela então pegou as mãos de Thais e Sarah. — "O que foi?" — exclamou Thais, confusa.

— "Só quero distrair minha mente. Vamos jogar videogame!" — respondeu Ravena, tentando aliviar a tensão que sentia.

— "Parece bom," — disse Sarah, com um sorriso amigável.

— "Estão dispensados por enquanto. Se aparecer algum ghoul, voltem para o pátio!" — ordenou Joana, dando uma pausa nos treinos.

— "Certo!" — responderam os soldados, se dispersando para um breve descanso.

A recruta, com um olhar curioso, se aproximou.

— "O que aconteceu?" — perguntou, visivelmente preocupada.

Ravena, olhando para ela com um sorriso gentil, respondeu:

— "Vamos fazer uma pausa. O treino de vocês começa depois do almoço!"

— "Tudo bem!" — respondeu a recruta, embora sua expressão ainda mostrasse apreensão.


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