Chapter 142: Capítulo 142: Encontro e Investigação!
Kay estendeu a mão para ela, sua expressão segura e serena.
— Vamos? — perguntou ele.
— Sim. — disse Emilia, segurando a mão dele sem hesitar.
Antes de partir, Kay lançou um olhar para o Mini Ghoul.
— Mini Ghoul.
Como se já esperasse o chamado, ele apareceu silenciosamente ao lado do casal. Kay assentiu e, sem mais palavras, os três deixaram o refeitório.
Enquanto caminhavam para fora, Kay olhou para Emilia e disse em tom sério:
— Vamos apenas fazer amizade. Evitemos ao máximo qualquer confronto com os humanos.
— Certo. — respondeu o Mini Ghoul, com um tom obediente, mas atento.
Kay então pegou Emilia no colo, como se ela fosse a coisa mais preciosa do mundo.
— Vamos. — disse ele, manifestando suas asas negras.
Emilia olhou para ele, surpresa, mas não protestou. O Mini Ghoul, por sua vez, manifestou suas próprias asas, e juntos os três alçaram voo, deixando o solo rapidamente para trás.
No céu, enquanto o vento forte soprava contra eles, Emilia olhou para baixo, vendo o vasto território se estender como um mapa vivo.
— Aqui é tão alto! — exclamou ela, sua voz um misto de fascínio e apreensão.
— Não tenha medo. — disse Kay, segurando-a com firmeza.
— Eu não estou com medo. — respondeu Emilia, olhando para ele com um sorriso. — É só que... é um país tão grande!
Kay olhou para o horizonte, onde o céu parecia se fundir com a terra distante.
— Agora pertence a nós. — disse ele, sua voz carregada de determinação. — Embora meu corpo seja de ghoul, eu luto pelos humanos. Este país pertence novamente aos humanos.
Emilia apertou os braços ao redor dele, como se quisesse dar força às palavras dele.
— Mesmo que seu corpo seja de ghoul, seu coração, sua alma... tudo o que você é ainda é humano. — disse ela com convicção. — Então, este país pertence a nós, humanos, incluindo você.
Kay ficou em silêncio por um momento, mas um sorriso genuíno iluminou seu rosto.
— Obrigado. — disse ele, a gratidão transparecendo em sua voz.
Emilia, sem pensar, abraçou-o com mais força.
— Não se mexa sem me avisar. — disse Kay, ajustando os braços para segurá-la ainda mais firmemente.
Ela ergueu o rosto, seus olhos encontrando os dele.
— Até voltarmos para casa, você é todo meu. — disse ela, com um olhar intenso e cheio de emoção.
Kay desviou os olhos por um instante, como se precisasse se recompor, mas logo voltou a olhar para ela e sorriu, sua expressão mais suave do que antes.
Os três voavam alto no céu, o vento forte batia em seus rostos enquanto passavam sobre vastas planícies e vales. Kay mantinha Emilia firmemente em seus braços, enquanto o Mini Ghoul pairava ao lado deles com suas asas batendo ritmicamente.
— O que era para ser aquilo? — exclamou Emilia, apontando com surpresa.
Diante deles, um reino vasto se estendia. Suas construções eram magníficas, com torres altas e elaboradas que reluziam sob o sol. Plantações verdes e douradas cercavam a cidade como um tapete de abundância, e um rio sinuoso cortava a paisagem, passando pelo centro da cidade e refletindo a luz como um espelho cristalino. A beleza daquele lugar era hipnotizante.
Kay observou em silêncio por alguns segundos antes de falar:
— Não se engane, amor. — disse ele, seu tom grave e sério. — Essa beleza é apenas uma fachada para esconder o verdadeiro terror desse reino.
Emilia olhou para ele, surpresa com a dureza de suas palavras.
— Terror? O que quer dizer?
Kay não respondeu imediatamente. Em vez disso, olhou para o Mini Ghoul e deu sua próxima ordem.
— Mini Ghoul, vamos nos infiltrar.
— Certo. — respondeu o pequeno com sua voz séria, mas direta.
— Nesse caso... — disse Emilia, com um leve sorriso surgindo em seu rosto. — Vamos precisar achar uma roupa para o Mini Ghoul!
— Roupa? — exclamou o Mini Ghoul, com um tom de evidente desagrado, suas asas tremendo de leve.
A cena muda.
Agora, o Mini Ghoul estava completamente transformado. Ele usava roupas de criança, incluindo uma blusa com capuz que cobria parte de seu rosto. Seu tamanho pequeno já o fazia parecer uma criança, mas com as roupas certas e um capuz ajustado, ele passava ainda mais despercebido.
Emilia deu um passo para trás, examinando-o com as mãos nos quadris, enquanto Kay comprava algo de um comerciante na entrada da cidade. Ele voltou com um pequeno objeto na mão: uma máscara simples, mas elegante, que entregou ao Mini Ghoul.
— Agora ninguém vai saber que ele é um ghoul. — disse Emilia, com satisfação.
O Mini Ghoul ajustou o capuz e colocou a máscara no rosto, parecendo claramente desconfortável com a situação.
O trio entrou pela entrada principal da cidade. As ruas estavam repletas de vida: comerciantes vendiam seus produtos em barracas bem organizadas, crianças corriam e brincavam, enquanto os adultos conversavam animadamente. O lugar transbordava uma energia pacífica e acolhedora, mas algo parecia errado.
Kay observava atentamente cada detalhe.
— Tudo parece tão... perfeito. — disse Emilia, olhando ao redor.
— Perfeito demais. — murmurou Kay.
Enquanto caminhavam pela cidade, notaram que a maioria dos habitantes era jovem. Poucas pessoas aparentavam ter mais de 40 anos. Emilia franziu o cenho novamente, intrigada.
— Não é estranho? — ela comentou. — Não vejo idosos por aqui.
— Há algo ruim lá longe, no extremo do reino. — murmurou Kay, baixo o suficiente para
O Mini Ghoul, ao lado deles, também estreitou os olhos. Ele podia sentir a mesma energia.
Kay olhou para ele, a decisão já tomada.
— Vá até lá e observe as defesas. Não se deixe ser visto. Quero saber o que estamos enfrentando.
O Mini Ghoul assentiu sem hesitar. Ele começou a caminhar na direção indicada
— Tenha cuidado. — alertou Kay, antes de voltar sua atenção para Emilia.
Ela o observava com preocupação.
— E nós? — perguntou ela.
— Vamos nos misturar à cidade. Precisamos entender o que está acontecendo aqui. — respondeu Kay, sua expressão séria.
Emilia assentiu.
— Certo. Vamos descobrir o que essas pessoas sabem
Com passos firmes, começaram a caminhar pelas ruas, que continuavam cheias de vida. Kay e Emilia trocaram olhares, notando a despreocupação estampada nos rostos dos habitantes.
Pararam no primeiro estabelecimento: uma padaria. O aroma de pão fresco preenchia o ar, e o padeiro, um homem robusto entre 20 a 25 anos, os recebeu com um sorriso caloroso.
— Eles realmente parecem felizes. — comentou Emilia, observando as crianças brincando pelas ruas, enquanto os adultos conversavam e riam como se a vida fosse perfeita.
Kay assentiu, mas sua expressão permanecia séria.
— É exatamente isso que me preocupa. Felicidade demais, despreocupação demais... É como um palco montado para encobrir alguma coisa.
Eles decidiram parar em uma pequena taverna para fazer uma pausa e ouvir as conversas dos moradores. Sentaram-se em um canto discreto, onde Kay pediu uma bebida simples enquanto Emilia fingia observar um pequeno menu de petiscos. A conversa ao redor fluía naturalmente.
Um grupo de moradores falava animadamente em uma mesa próxima:
— Amanhã é o dia do velho Thomas. Ele será levado ao paraíso! — disse um deles, erguendo um copo de cerveja em comemoração.
— Finalmente, ele terá o descanso eterno. Sempre trabalhou duro na plantação. Ele merece. — respondeu outro, sorrindo.
Kay agradeceu pela informação e eles se afastaram. Mais uma peça do quebra-cabeça havia sido revelada, mas ainda faltava muita coisa para entender o que realmente acontecia ali.
Enquanto caminhavam pela praça central, Emilia olhou para Kay.
— Eles acreditam em tudo cegamente. Nem questionam o que realmente acontece nessa tal fazenda ou no "paraíso".
Kay inclinou-se para Emilia, falando baixo:
— "Paraíso"? Isso é algo que precisamos entender melhor. Vamos puxar assunto com alguém depois.
Eles esperaram alguns minutos até que um dos homens se levantasse para pedir outra rodada de bebida. Emilia se aproximou, fingindo estar curiosa.
— Olá, desculpe incomodar. — começou ela com um sorriso gentil. — Ouvi você mencionando algo sobre um "paraíso". O que é exatamente?
O homem, com um sorriso orgulhoso, respondeu:
— Ah, claro! Aqui, quando as pessoas completam 49 anos, elas são levadas pelo governo para o paraíso. Lá, descansam e vivem felizes para sempre, em paz.
Emilia fingiu admiração.
— Isso é incrível! Mas o que acontece com elas depois?
O homem riu.
— Ah, bom, dizem que quando completam 50 anos, seus corpos morrem, mas suas almas permanecem no paraíso para sempre. É um presente dos deuses. Aqui, todos sabem disso. É uma honra ser levado para lá.
— Fascinante... — respondeu Emilia, antes de se despedir com educação e voltar para Kay.
— Eles realmente acreditam nisso. — comentou Emilia em voz baixa. — Essa ideia está profundamente enraizada neles.
— É exatamente o que me preocupa. — respondeu Kay, levando a bebida aos lábios enquanto seus olhos analisavam o ambiente. — Ninguém questiona nada. O que quer que esteja acontecendo aqui, foi perfeitamente arquitetado para parecer natural.
Depois de saírem da taverna, decidiram visitar o mercado local. Lá, encontraram uma variedade de comerciantes e produtos, desde frutas frescas até utensílios simples. Enquanto examinavam os itens em uma barraca de especiarias, Kay aproveitou para puxar assunto com o vendedor.
— Você sabe de onde vêm todas essas ervas? São cultivadas aqui? — perguntou Kay casualmente.
O vendedor assentiu, apontando para os campos ao redor.
— Sim, muitas vêm das fazendas daqui. Mas algumas, as mais especiais, vêm da fazenda no extremo do reino. Dizem que lá crescem as plantas mais raras, enviadas diretamente para o paraíso.
Emilia, fingindo curiosidade, perguntou:
— Paraíso? Você quer dizer...?
O vendedor sorriu, como se a resposta fosse óbvia.
— Sim! É onde as pessoas que completam 49 anos vão. Essas plantas são presentes para os deuses. Elas garantem que os deuses aceitem os nossos entes queridos no paraíso. Apenas o governo tem acesso àquela fazenda, mas todo mundo sabe que é um lugar sagrado.
Kay agradeceu pela informação e eles se afastaram. Mais uma peça do quebra-cabeça havia sido revelada, mas ainda faltava muita coisa para entender o que realmente acontecia ali.
Enquanto caminhavam pela praça central, Emilia olhou para Kay.
— Eles acreditam em tudo cegamente. Nem questionam o que realmente acontece nessa tal fazenda ou no "paraíso".
— Exatamente. — respondeu Kay, com o olhar fixo à frente. — Isso só reforça que algo está muito errado. Pessoas não vivem em tanta paz sem haver um preço por trás disso.
Emilia assentiu, mas sua expressão mostrava preocupação.
Os dois continuaram andando pela cidade, misturando-se aos moradores e coletando pequenos pedaços de informação aqui e ali. Tudo parecia levar ao mesmo ponto: a fazenda no extremo do reino e o misterioso "paraíso" que as pessoas tanto celebravam.
A cena muda. Kay e Emilia estavam sentados em um banco de praça, ambos saboreando sorvetes.
O riso das crianças e o som da fonte ao centro da praça criavam um cenário pacífico, mas a conversa entre eles contrastava com o ambiente.
— O "paraíso" é uma sentença de morte. — disse Kay, sua voz baixa, suficiente apenas para Emilia ouvir. Ele segurava o sorvete com uma das mãos, mas seu olhar estava perdido na distância. — A "fazenda" é onde eles se concentram em criar mais humanos. Pelas informações que adquirimos, as entregas acontecem a cada dois meses. Humanos são levados da fazenda para os ghouls. A próxima entrega será daqui a dois dias. — Ele respirou fundo, sua expressão endurecendo. — Mas como não há mais um monarca, está na hora de acabar com tudo isso.
Emilia ergueu os olhos de seu sorvete, sua expressão suave, mas com um brilho de compreensão no olhar.
— Sorvete... — murmurou ela, distraidamente, provando outra colherada. — É tão bom... gelado e doce! — Seu tom era leve, mas ela voltou a encará-lo, séria. — Eu sei que você vai conseguir. Mas... vai querer que eu fique com o Mini Ghoul enquanto você vai até a fazenda? Tudo bem.
Kay virou o rosto para ela, a intensidade de suas preocupações suavizando por um momento.
— Obrigado. — disse ele, sua voz um pouco mais quente. — Mas não se preocupe. O Mini Ghoul vai cuidar de você.
Emilia sorriu, inclinando a cabeça levemente.
— Amor... hoje foi divertido.
Kay a encarou por um momento e sorriu de volta.
— Eu também me diverti! Quer provar o meu? — Ele estendeu o sorvete na direção dela, sua expressão descontraída pela primeira vez em horas.
Emilia deu uma risada baixa e inclinou-se para frente, aceitando o gesto.
A cena muda novamente.