Tetsu no Chikara: Saigo no Kibō

Chapter 148: Capitulo 148



A cena muda para a sala de reunião, onde as mesmas pessoas de antes estavam reunidas, ansiosas.

— O monarca no país da Primeira Divisão é extremamente poderoso. Se ele devorar o outro monarca, vai ficar ainda mais forte, e eu não tenho garantia de que seremos capazes de vencê-lo. — declarou Kay, sua voz grave ecoando pela sala.

— Pera aí, amor. Esse monarca é tão forte assim? A ponto de você ter comido dois monarcas e ele nenhum, mas ainda conseguir dar conta de você? — perguntou Emília, incrédula.

— Eu já expliquei antes. Esse monarca usa magia. E magia é poderosa. — respondeu Kay.

Mira se virou para Lavel, preocupada.

— Lavel, não tem nenhuma gravação sobre esse monarca?

Lavel olhou para o monitor.

— Não sei se isso é melhor ou pior, mas ele está avançando pelos reinos daquele país e indo diretamente para onde o capitão Julius está.

De repente, a televisão começou a transmitir imagens de câmeras mostrando o exército de ghouls marchando em direção à Primeira Divisão.

— Qual deles é o monarca? — perguntou Rem, franzindo o cenho.

— Deve ser um dos que estão na linha de frente. — sugeriu Lena.

— Sério? Dá um zoom naquela pessoa sentada nas costas de um dos ghouls! — pediu Kay, apontando para a tela.

Lavel ampliou a imagem, revelando uma figura inesperada.

— É uma garota? — exclamou Himitsu, confusa.

— Pior do que isso. — disse Ravena, séria. — É uma garota mágica.

— Um monarca? — perguntou Mira, surpresa.

— Também. Mas parece que ela se acha uma garota mágica. — explicou Ravena, cruzando os braços.

— Mas o que é uma garota mágica? — perguntou Aiko, curiosa.

— É uma garota com roupas chamativas e que usa magia. — respondeu Ravena, casualmente.

Fernanda arqueou uma sobrancelha, desconfiada.

— Você tá inventando isso, né?

— Não tô, não. Elas existem em outros mundos. — rebateu Ravena.

— Outros mundos? — Fernanda parecia ainda mais confusa.

Kay ergueu a mão, interrompendo.

— Vamos chegar nessa parte. — disse ele, pensativo. — "Garota mágica... Que mentalidade problemática essa garota foi ter!"

— Elas são tão ruins assim? — perguntou Mira.

— Elas são como heróis: lutam pela justiça, mas usando magia. As roupas chamativas fazem parte de uma transformação. Agora, imagine um monarca que acha que é uma garota mágica, mas com a maldade de um ghoul. Vai ser complicado.

— Então são humanas com poderes? — perguntou Emília, intrigada.

— Tem muitas espécies e tipos diferentes delas em outros universos. — explicou Kay.

Fernanda e Aiko se entreolharam, chocadas.

— Multiversos são reais?!

Kay sorriu levemente.

— Interessante, não é?

— Sim! — responderam ambas, empolgadas.

Yan apontou para a televisão, interrompendo a conversa.

— E o que você vai fazer sobre aquilo?

O exército de ghouls estava posicionado diante da Primeira Divisão do exército humano, prontos para o confronto. A tensão no ar era quase sufocante.

— Ele disse que não precisava da ajuda de outros reinos. Não tenho motivos para ajudá-lo. — declarou Kay, de braços cruzados, com um tom indiferente.

— Vai deixar eles morrerem?! — exclamou Rem, sua voz carregada de indignação.

Todos na sala fixaram seus olhares em Kay, esperando por uma resposta.

Kay apontou para a tela da televisão, onde o confronto entre os dois exércitos era transmitido ao vivo.

— Eles estão conversando. Aquela monarca demorou demais para atacar. Isso só pode significar uma coisa: ela conhece o Julius.

— Não tem som, Lavel? — perguntou Mira, ansiosa.

— Não. O Julius deu ordem para os soldados deixarem os celulares na base. Não capto som algum. — respondeu Lavel, ajustando os equipamentos.

— "Privacidade?" — murmurou Emília. — Então ele já sabia que essa monarca iria tentar conversar com eles antes!

— Pelo jeito, ela deve estar querendo o Julius no exército dela. — disse Ravena, analisando os movimentos mostrados na tela.

A cena muda.

No campo de batalha, a monarca estendia a mão em direção ao capitão Julius, sua postura majestosa e ameaçadora.

— Não precisa ser assim. Volte para o lado humano e podemos voltar a ser irmãos, como éramos antigamente! — disse Julius, sua voz carregada de desespero.

A monarca, com um sorriso frio e vazio, respondeu:

— Não sei do que está falando. A hospedeira já morreu há muito tempo. Esse corpo agora me pertence.

— Julia, sou eu! Seu irmão, Julius! — ele insistiu, quase implorando.

A monarca estreitou os olhos, impaciente.

— Não ouviu o que acabei de dizer? Eu não tenho tempo a perder com vocês. Se não quer vir para o meu lado como humano, então eu o matarei e transformarei seu cadáver em um ghoul!

Julius apertou o cabo de sua arma, seu olhar fixo no rosto da monarca.

— Se ela está morta... então me diga, por que está chorando? — gritou ele, enquanto sacava sua espada.

As palavras de Julius atingiram a monarca como um golpe invisível. Instintivamente, ela tocou o próprio rosto, sentindo as lágrimas escorrerem.

— Maldito! — rosnou ela, sua voz carregada de raiva e algo que parecia... dúvida.

Julius deu um passo à frente, os olhos fixos na garota à sua frente.

— Não pode ser verdade. Quando ela virou um ghoul, ela ainda era pequena. Eu me tornei um soldado para encontrá-la. Me devolva minha irmã!

A monarca manifestou um bastão reluzente em sua mão, envolto em uma energia mágica.

— Cale a boca! — gritou ela, furiosa. O bastão brilhou intensamente, e uma imensa rajada de fogo disparou em direção ao exército humano.

— Isso vai dar ruim! — disse o vice-capitão Arion, manifestando seus tentáculos para proteger os soldados.

Em uníssono, todos os soldados da Primeira Divisão, incluindo Julius, manifestaram seus próprios tentáculos, criando barreiras improvisadas contra o ataque.

Kay observava tudo através do portal, sua expressão inabalável.

— Entendi... então ela é sua irmã. — murmurou ele, antes de sair do portal com um movimento decisivo. Sem hesitar, lançou uma poderosa rajada de vento que desviou o fogo da monarca, protegendo o exército humano.

A monarca estreitou os olhos, claramente irritada.

— Não conseguiu esperar e decidiu vir direto para sua morte? — exclamou ela, o bastão ainda brilhando em sua mão.

Antes que Kay pudesse responder, algo aconteceu. Ele foi perfurado por uma lança invisível, sangue escorrendo de sua boca.

— Seu maldito... — grunhiu Kay, cuspindo sangue, mas com um sorriso desafiador.

Julius avançou, brandindo sua espada com ferocidade.

— Não vai tocar na minha irmã! — rugiu ele, com uma determinação quase insana.

Ravena saiu do portal naquele momento, acompanhada pelos outros generais de Kay e os outros ghouls sob o comando do mini ghoul, sua voz cortando o caos:

— Seu idiota! Nós viemos ajudar!

— Vão embora! Ninguém pediu a ajuda de vocês! — gritou Julius, sua voz carregada de frustração e raiva.

Kay, parado no campo de batalha, manteve a postura firme e o olhar frio.

— Está perdendo a compostura, Julius. Não é isso que o mundo espera do grande capitão da Primeira Divisão. — disse Kay, o tom irônico, mas controlado.

Julius cerrou os dentes, apontando a espada em direção a Kay.

— Isso é um assunto de família! Não se intrometa!

Kay deu um passo à frente, desconsiderando completamente a ameaça.

— Não vou matá-la. — afirmou ele, a voz carregada de convicção. — A mente da sua irmã foi corrompida. Agora ela é ambos: ghoul e humana.

Os olhos de Julius arregalaram-se com a revelação.

— Ela ainda está viva? — exclamou ele, a esperança misturada com desespero.

— O corpo é dela, mas já está tomado. A mente dela está lutando. Temos uma chance de trazer ao menos a consciência dela de volta. — explicou Kay, fixando o olhar na garota mágica. — Embora... ainda restarão fragmentos do ghoul.

Antes que Julius pudesse responder, a garota mágica interrompeu, a voz cortante como uma lâmina:

— Você fala demais.

Em um movimento ágil, ela se aproximou de Kay, sua mão tocando suas costas com uma força sobrenatural.

— Congele. — sussurrou ela.

Do ponto onde a mão da garota mágica tocava, o corpo de Kay começou a congelar. O gelo se espalhava rapidamente, cobrindo suas costas, seus braços e ameaçando seu rosto. Ele tentou recuar, mas o frio implacável continuava a avançar, aprisionando-o lentamente em uma crosta cristalina.

No entanto, Kay não era um inimigo comum. Um líquido ardente começou a escorrer das áreas afetadas — ácido sulfúrico, gerado pelo próprio corpo dele. O ácido encontrou o gelo, e a reação foi violenta.

O som era aterrorizante: um chiado constante, seguido por estalos enquanto o gelo derretia e a fumaça subia em nuvens de vapor. A temperatura ao redor parecia oscilar entre o extremo frio e o calor escaldante.

A dor era excruciante. Kay sentia como se sua pele estivesse sendo rasgada e queimada ao mesmo tempo, mas ele não parou. Continuava a liberar o ácido, sua força de vontade inabalável, suprimindo o avanço do gelo.

— Você vai precisar de mais do que isso para me derrubar. — rosnou Kay, com um sorriso desafiador no rosto, enquanto as últimas camadas de gelo derretiam em um espetáculo de vapor e faíscas químicas.

A garota mágica estreitou os olhos, claramente surpresa por não ter conseguido derrotá-lo tão facilmente.

— Interessante. — murmurou ela, segurando seu bastão com mais força. — Vamos ver até onde consegue resistir

Kay deu um passo à frente, ignorando os resquícios de dor.

— Julius. — disse ele, sem desviar o olhar da garota mágica. — Se quer salvar sua irmã, sugiro que deixe seu orgulho de lado e a deixe comigo e cuido do exercito dela.

Julius hesitou, segurando a espada com mãos trêmulas. O olhar de Kay, embora feroz, transmitia algo inesperado: confiança.

— "Droga... ele está certo." — pensou Julius, finalmente retornando para perto dos humanos.

— Ei, garota mágica, vamos lutar em outro lugar! — provocou Kay, abrindo um sorriso desafiador.


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